Cognição do Vestuário

Cognição do Vestuário

“Cognição do vestuário” (em inglês, “enclothed cognition”) é um termo cunhado pelos pesquisadores Adam e Galinsky em 2012. A teoria sugere que as roupas possuem significados simbólicos, e que a co-ocorrência do significado simbólico das roupas combinada com a experiência física de vesti-las pode despertar processos psicológicos que alteram (positivamente, inclusive) a autoimagem e a produtividade de quem as veste.

Para chegar a essa conclusão, foram realizados três experimentos que sugerem que as roupas exercem um estranho poder sobre todos nós.

No primeiro, um grupo de 58 estudantes foi dividido em dois subgrupos, sendo que um deles vestiu jalecos de médicos e, outro, não. Ambos os subgrupos cumpriram um teste de atenção, e o resultado demonstrou que aqueles que estavam usando jalecos somaram apenas metade dos erros cometidos pelos demais, que desempenharam o teste vestindo as suas roupas regulares.

No segundo experimento, um grupo de 74 estudantes foi dividido em três subgrupos: no primeiro, eles vestiram um jaleco branco e lhes foi dito que aquele era um jaleco médico; no segundo, os estudantes utilizaram o mesmo jaleco branco, mas foi dito a eles que era a veste de pintores artísticos; e, no terceiro, os universitários permaneceram em uma sala na qual constava o mesmo jaleco branco, sendo-lhes informado que ele pertencia a um médico, conforme lhes foi informado, mas não foi solicitado a qualquer um deles que se vestisse com ele. Em seguida, cada um dos membros de cada subgrupo foi submetido a um teste de atenção. O resultado foi que aqueles que estavam utilizando o jaleco branco que seria usado por médicos demonstraram maior atenção sustentada que os outros dois subgrupos.

Finalmente, no terceiro experimento, 99 estudantes foram divididos em três subgrupos. Em um deles, os integrantes vestiram um jaleco médico; em outro, o jaleco utilizado era supostamente o de um pintor; e, no terceiro, assim como no último subgrupo do segundo experimento, os universitários não vestiram o jaleco médico, mas o tinham à vista durante a atividade. Em seguida, foi solicitado a todos que realizassem a redação de um artigo. Novamente, aqueles que vestiam os jalecos atribuídos a médicos demonstraram maior atenção do que os pertencentes aos outros subgrupos.